Um dia para nunca ser esquecido
- Portal Notícias
- 13 de out. de 2023
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Um projeto protocolado na Alerj de autoria do deputado Anderson Moraes (PL) quer criar o Dia Estadual de Combate ao Terrorismo para alertar a população sobre os riscos da ação de grupos fundamentalistas.

Por Redação
Em repúdio ao ataque do grupo armado Hamas a Israel que deixou mais de mil mortos e 2 mil feridos no último sábado (7), o deputado estadual Anderson Moraes (PL) protocolou na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) um Projeto de Lei para que a data seja lembrada como o Dia Estadual do Combate ao Terrorismo.
O objetivo do projeto, segundo o parlamentar, é alertar a população sobre os males realizados por grupos fundamentalistas religiosos, ideológicos e políticos.
“Um verdadeiro absurdo tudo isso que está acontecendo. O Hamas não deveria existir, que gente é essa que não consegue resolver um problema sentado a uma mesa de reunião? Estão aterrorizando e exterminando a população de Israel sem precedentes”, declarou Moraes. E completou: “O nome disso é terrorismo e precisa ser dito, sem meias-palavras, por todo o mundo civilizado”
Sobre o conflito
O Hamas, movimento islâmico armado, realizou um ataque surpresa a Israel na manhã do último sábado (7), pelo horário local. O bombardeio, mais concentrado ao sul do país, lançou mais de 5 mil bombas e deixou ao menos mil mortos e mais de dois mil feridos. A ação foi considerada uma das maiores já sofridas pelo país nos últimos anos.
Vários líderes mundiais condenaram o ataque do Hamas contra Israel. O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Tierk, afirmou estar chocado com os ataques e apelou ao fim imediato da violência em Gaza.
No Brasil, até o momento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem evitado se posicionar sobre o assunto, o que tem gerado críticas de várias partes do mundo.
O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, foi um dos que reclamou da “falta de sensibilidade” do governo Lula. Em reunião com o grupo parlamentar de amizade Brasil – Israel da Câmara dos Deputados na terça-feira (10), o diplomata disse ter externado ao Itamaraty seu descontentamento com a ausência da palavra “terrorismo” no comunicado oficial emitido no sábado (7) após os primeiros ataques.
O governo também sofre pressões internas, que se intensificaram na manhã da última terça-feira (10), quando o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) anunciou o trágico assassinato de Ranani Nidejelski Glazer, o cidadão brasileiro que havia desaparecido em meio ao ataque perpetrado pelo grupo terrorista Hamas em solo israelense. O governo federal emitiu uma nota oficial expressando seu pesar diante do ocorrido e condenando atos de violência, mas notavelmente, tanto o presidente Lula (PT) quanto o Itamaraty evitaram uma menção direta aos terroristas do Hamas.
Na quarta-feira (11), um grupo de 61 parlamentares enviou um requerimento ao ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, pedindo para que o Brasil classifique o Hamas como terrorista.
O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) lidera o pedido. A maioria dos signatários (42) é do PL e dois fizeram parte do governo de Jair Bolsonaro (PL) — Eduardo Pazuello (RJ) e Mário Frias (SP). Republicanos, Podemos, MDB, PSD, União Brasil, PP e Novo são as siglas dos demais signatários.
“Essa é mais uma evidência dos perigos de permitir o crescimento de um grupo terrorista com alcance global. Ao apoiar uma agenda que busca uma nova ordem mundial, deu-se voz a um grupo terrorista de natureza criminosa”, destacou Pazuello.
Resposta tardia
Em meio a tanta pressão, o Ministério das Relações Exteriores emitiu nesta quinta-feira (12) um comunicado explicando o motivo pelo qual o país não estar classificando o Hamas como um grupo terrorista.
Na nota publicada pelo Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores esclarece que segue o critério estabelecido pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). "O Conselho de Segurança mantém listas de indivíduos e entidades qualificados como terroristas, contra os quais se aplicam sanções. Estão incluídos o Estado Islâmico e a Al-Qaeda, além de grupos menos conhecidos do grande público", diz trecho do pronunciamento.
O texto também afirma que o país "repudia o terrorismo em todas as suas formas e manifestações".
Apoio mútuo
O clima amistoso entre o governo do PT e o grupo terrorista Hamas vem de longa data. Em outubro do ano passado, o Hamas parabenizou o presidente Lula pela vitória eleitoral sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A congratulação foi publicada no site do grupo, que chamou o presidente de "lutador pela liberdade". O autor do texto considerou a eleição de Lula uma vitória para o povo palestino, população em nome da qual grupos como o Hamas promovem terrorismo contra Israel.
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