Terrorismo: bandidos atiram e matam idoso para forçar polícia a recuar, denuncia militar filho da vítima

Seu Antônio resistiu à doença, mas não à violência gerada pela impunidade

Amparados pela impunidade gerada pela política de desencarceramento do governo Lula e pela legislação branda, bandidos estão cada vez mais ousados e, novamente, teriam recorrido a táticas terroristas para se livrar da polícia. Desta vez, os criminosos atiraram em um idoso de 76 anos que passava em um dos acessos do Morro São João, no Engenho Novo, para forçar a polícia a recuar.

A afirmação é do militar da Marinha Hugo Leonardo de Souza Alves, filho da vítima. "Deram tiros no meu pai para acabar com a operação", declarou o militar ao jornal O Globo. O crime ocorreu na manhã desta quarta (8), após PMs serem recebidos a tiros na comunidade, controlada pelo Comando Vermelho (CV).

Em outubro do ano passado, criminosos do Complexo de Israel também atiraram contra pessoas na Av. Brasil para forçar a retirada da polícia que fazia operação na região. Na ocasião, um motorista de aplicativo e um passageiro de ônibus foram mortos pelos disparos dos bandidos.

"A gente fala vítima de bala perdida, mas não acredito. Eu acho que, pelo que aconteceu também na Cidade Alta, que os vagabundos deram tiros [nas pessoas que passavam pela Avenida Brasil e Linha Vermelha] para acabar com a operação, eu acho que eles fizeram a mesma coisa com o meu pai. Eles tinham visão de onde estava a polícia, mas a polícia não tinha visão deles. Não tinha como. A polícia não tinha como se abrigar onde pegou o tiro no meu pai. Acredito que eles deram tiros no meu pai para acabar com a operação. E a polícia acabou com a operação", disse o filho da vítima.

Seu Antônio, como era conhecido o idoso assassinado nesta quarta, é mais uma vítima do crime organizado, que disputa território na região. Bandidos do Comando Vermelho (CV) que dominam o Morro São João tentam tomar o controle do tráfico de drogas também no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, controlado pelo Terceiro Comando Puro (TCP). Nos últimos meses, pelo menos 12 pessoas foram mortas na região. E, pelo visto, o número não deve parar de crescer.

Vítima inocente da bandidagem, Seu Antônio levou um tiro no pescoço quando passava pela Rua Acaré, perto da Rua Barão do Bom Retiro, uma das principais do bairro. Ele deixou dois filhos e cinco netos. O idoso morreu ao lado de seu andador, que usava enquanto se recuperava de um AVC. Venceu a doença, mas não resistiu à impunidade que assola o pais.