Polícia Civil estoura escritório do CV onde são planejados roubos de veículos e de cargas
- Portal Notícias
- 6 de fev.
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Policiais civis da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) realizam, nesta quinta-feira (06/02), a "Operação Torniquete" contra um sofisticado esquema criminoso que envolve roubos de cargas e de veículos, receptação qualificada e lavagem de dinheiro. Os agentes buscam cumprir 74 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro — nas comunidades Nova Holanda e Parque União, no Complexo da Maré, e em outras regiões da capital e da Baixada Fluminense —, além de Ceará, Bahia, Goiás e Santa Catarina, com o apoio das polícias desses estados. Os procurados são vinculados à facção criminosa Comando Vermelho e seriam responsáveis pelos grandes roubos de cargas do estado do Rio de Janeiro.
A DRFC identificou a estrutura desses grupos após a prisão de um de seus integrantes, que relatou a existência de um local dentro da Maré denominado por eles como "escritório", onde seus integrantes se reúnem com o intuito de planejar os roubos de cargas e posteriores revendas dos bens subtraídos. No local foram encontrados computadores, onde estão armazenados os dados dos funcionários das empresas que fornecem informações privilegiadas para a quadrilha e os dados de empresários que receptam as cargas roubadas, bem como o armamento e bloqueadores de sinais GPS, utilizado por eles.
A atuação dos grupos ocorre nas principais vias do estado, e o transbordo das cargas subtraídas é realizado em comunidades de Duque de Caxias e nos complexos do Alemão, da Maré e de Manguinhos. Durante as investigações, foi possível obter informações que membros desse grupo estariam abrindo empresas de fachada para realizar transações financeiras com receptadores das cargas subtraídas, legalizar o patrimônio adquirido com o dinheiro proveniente desses roubos e tentar se esquivar de possíveis investigações criminais contra eles. Diante dessas informações, a equipe solicitou cooperação junto ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), sendo possível descobrir um grande esquema criminoso por meio de movimentações financeiras envolvendo roubadores de carga, seus familiares e empresários que receptavam as cargas.
De acordo com dados do Coaf, os criminosos teriam movimentado mais de R$ 18 milhões entre os anos de 2022 e 2023, proveniente das vendas das cargas roubadas. A Justiça determinou o bloqueio das contas bancárias relacionadas aos investigados até o limite deste valor.
A ação faz parte da segunda fase da “Operação Torniquete”, que tem como objetivo reprimir roubo, furto e receptação de cargas e de veículos, delitos que financiam as atividades das facções criminosas, suas disputas territoriais e ainda garantem pagamentos a familiares de faccionados, estejam eles detidos ou em liberdade. Desde setembro, já são mais de 360 presos, além de veículos e cargas recuperados.
Imagem/Reprodução/TV Globo
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