Pazuello quer audiência pública para proteger comunidade judaica no país
- Portal Notícias
- 17 de out. de 2023
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O deputado chamou a atenção para a presença confirmada de células terroristas atuantes na Tríplice Fronteira, que divide Brasil, Argentina e Paraguai.

Por Redação
Após o ataque terrorista do grupo Hamas a Israel no dia 7 de outubro, o deputado federal General Eduardo Pazuello (PL-RJ) entrou com um requerimento na Câmara Federal para a convocação de uma Audiência Pública pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO), da qual é membro titular.
Com o tema “O Recente Ataque do Hamas ao Estado de Israel e a presença de Organizações Terroristas na Tríplice Fronteira (Argentina, Brasil e Paraguai)”, a audiência pretende debater a segurança nacional, principalmente da comunidade judaica que vive em território brasileiro, diante da possibilidade de que células terroristas estejam atuando na fronteira entre os três países.
Para o debate, serão convidados o general de Brigada e Comandante de Operações Especiais do Exército Brasileiro, Andrelucio Ricardo Couto; o Comandante Naval de Operações Especiais da Marinha do Brasil, contra-almirante Claudio Eduardo Silva Dias; o diretor geral da Polícia Federal do Brasil, delegado Andrei Rodrigues; o secretário especial da Receita Federal do Brasil, Robinson Sakiyama Barreirinhas; o coronel da reserva especialista em guerra assimétrica e operações contraterrorismo Alessandro Visacro; e o cientista político Christian Lohbauer.
Pazuello lembra que a fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza foi criada após a Guerra Árabe-Israelense de 1948 e se manteve praticamente intacta desde então.
“Durante 75 anos, esta linha imaginária sobreviveu a várias guerras e regimes de ocupação, tornando-se um dos lugares mais vigiados do mundo. Até que, na manhã do último 7 de outubro de 2023, a fronteira colapsou quando, ao menos 1.500 integrantes do grupo terrorista palestino Hamas romperam o bloqueio à Faixa de Gaza e se infiltraram no sul do território israelense”, disse o deputado.
Com mais de 1.300 mortos do lado israelense e 2 mil feridos, o ataque realizado pelo Hamas é considerado o pior atentado terrorista no mundo, desde o 11 de setembro de 2001. Foi também o maior ataque já sofrido por Israel dentro de seu próprio território.
Mais recentemente, vídeos divulgados nas redes sociais aumentaram as tensões ao mostrarem o líder do Hamas, Khaled Mashal, ordenando que os islâmicos no mundo iniciassem uma “Jihad” contra todos os judeus que encontrassem nas ruas, e que os mesmos se convertessem em “mártires” pelo Hamas. Mashal ainda pediu ao Talibã, outro grupo reconhecidamente terrorista, que viesse em seu auxílio.
Para o deputado, são inquestionáveis os reflexos e preocupações gerados, sobre grande parte dos países, pelas ações do Hamas, que, de acordo com Pazuello, aconteceram sem qualquer provocação ou declaração de guerra anterior e com a completa inobservância tanto de direitos humanos como dos acordos de paz regionais.
“Atos terroristas como esse normalmente provocam milhares de perdas humanas, particularmente por serem conduzidos com planejamento em nível militar, suficientemente patrocinado, de forma premeditada, absolutamente violenta e desumana, desconsiderando quaisquer princípios ou acordo entre Estados”, acrescentou o deputado.
Segurança na Tríplice Fronteira
Conhecida como Tríplice Fronteira, área limítrofe entre Brasil, Argentina e Paraguai, a região é considerada uma das mais propícias à imigração islâmica no continente americano, aspecto confirmado por inúmeros sensos geográficos e notabilizado em grande escala, tanto no meio social, como no comercial e no cultural.
Em 1992, após um atentado à Embaixada de Israel em Buenos Aires que deixou 29 mortos e 242 feridos, o Departamento de Estado Norte-americano emitiu um relatório chamando a atenção para as comunidades xiitas que imigraram para a região e confirmando atividades do grupo terrorista Hezbollah no local. Alguns dias depois, a Jihad Islâmica, grupo armado vinculado ao Hezbollah, requisitou a autoria do atentado.
Dois anos depois, a explosão de um carro-bomba em frente à Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), também em Buenos Aires, culminou com a morte de 86 civis e mais de 200 feridos, colocando definitivamente a América do Sul no mapa norte-americanos de potenciais espaços de atuação do terrorismo internacional.
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