‘Não estamos aqui para passar pano para PM que erra’ - Comissão de Combate ao Racismo da Câmara entra no caso Igor Melo

O vereador Rafael Satiê (PL), presidente da Comissão de Combate ao Racismo da Câmara do Rio, fez questão de deixar claro que a Casa não ficará omissa diante do caso de Igor Melo. O jornalista e garçom de 32 anos foi baleado por um policial militar da reserva na Penha, Zona Norte, sob a alegação de que estaria envolvido em um roubo — o que a família nega veementemente.

“Se o ato foi racismo, nós vamos apurar. Se foi um erro brutal de abordagem, nós vamos apurar. O certo é certo e o errado é errado, independente de quem seja”, declarou Satiê em vídeo publicado nesta terça-feira (25). O vereador anunciou que a Comissão vai acionar oficialmente a Delegacia de Crimes Raciais (Decradi), a 22ª DP (Penha) e o Ministério Público, cobrando providências e esclarecimentos sobre o caso.

A investigação ganhou novos contornos com imagens de câmeras de segurança que mostram Igor pegando uma moto de aplicativo na saída do bar onde trabalhava, minutos antes de ser baleado pelas costas. Ele perdeu um rim, tem lesões no estômago e no intestino e está internado em estado grave no Hospital Getúlio Vargas. 

A esposa do jornalista, Marina Moura, não esconde a revolta: "A bala sempre atinge um corpo preto. Meu marido é trabalhador, pai de família, e quase foi assassinado por uma suposição absurda."

Satiê afirmou que a Comissão acompanhará de perto o caso e garantiu que a Câmara não aceitará injustiças. “Aqui nós não estamos para passar pano na cabeça de bandido, mas também não estamos para passar pano para policial que erra. O direito de ir e vir de um trabalhador foi violado. Se o policial da reserva estiver errado, ele tem que pagar com o rigor da lei”, concluiu.