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Mais do mesmo: polícias Civil e Militar realizam operação em comunidades do Rio de Janeiro

Entre a população, sensação de insegurança e de impunidade continuam a prevalecer e internautas cobram: “É preciso punição exemplar!”

Traficantes ateiam fogo a barricada no Complexo da Penha — Foto: Reprodução/TV Globo.

Por Redação


As polícias Civil e Militar do RJ iniciaram nesta segunda-feira (9) uma operação conjunta na Maré, na Vila Cruzeiro — ambas na Zona Norte do Rio de Janeiro — e na Cidade de Deus, na Zona Oeste. Mil agentes foram mobilizados, e moradores de diferentes localidades relataram tiroteios ainda no fim da madrugada. A Secretaria Municipal de Educação informou que 58 escolas foram impactadas, afetando 21 mil alunos.


No início da ação, dois helicópteros das polícias foram atingidos a tiros e precisaram voltar ao solo. Nenhum agente se feriu.


O objetivo da operação é dar uma resposta à morte dos três médicos na Barra da Tijuca, na semana passada, e prender integrantes da cúpula do Comando Vermelho, a maior facção do tráfico de drogas do estado. A quadrilha também vem travando disputas com milicianos por territórios na Zona Oeste do Rio.


Os policiais buscam cumprir cerca de 100 mandados de prisão. Entre os alvos estão Wilton Carlos Rabelho Quintanilha, o Abelha, e Edgar Alves de Andrade, o Doca. Ambos são investigados por dar a ordem de execução dos 4 criminosos que mataram os ortopedistas. Os corpos dos traficantes foram encontrados na madrugada de sexta (6).


Outro alvo dos mandados de prisão é Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, conhecido como BMW.


O secretário estadual de Polícia Civil, José Renato Torres, afirmou que o setor de inteligência detectou uma migração de integrantes da cúpula do Comando Vermelho por essas comunidades, o que deflagrou a operação.


No entanto, algumas denúncias recebidas pela polícia afirmam que, após o anúncio oficial de que as operações seriam realizadas nas comunidades na madrugada desta segunda-feira, os chefões do tráfico haviam fugido para a Rocinha e para o morro de São Carlos.


Operação acontece também em presídios


Em outra etapa da operação, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) fez uma varredura em dois presídios. A ação acontece quatro dias depois de uma videoconferência feita de dentro da cadeia em que traficantes ordenaram a execução de suspeitos da morte dos médicos na Barra da Tijuca.


Durante a busca, o sinal de celular foi cortado nas penitenciárias Gabriel Ferreira Castilho (Bangu 3) e Jonas Lopes de Carvalho (Bangu 4).


Os agentes da Seap utilizaram scanner de mão para checar esconderijos improvisados por presos para ocultar aparelhos celulares e outros itens ilícitos dentro das celas e identificar itens que antes poderiam passar despercebidos.


O que pensa a população?


Uma publicação no perfil @riodenojeira levanta um questionamento e chama a população a opinar sobre o assunto.


“Operação ‘enxuga gelo’ para dar satisfação à sociedade e para a imprensa, mas que na verdade não resolverá nada”, diz a publicação, sugerindo que governantes e políticos deveriam se reunir com integrantes da Justiça, pedindo, entre outras medidas, o aumento das pena para criminosos.


A publicação ainda aponta o que seria uma receita correta para os dias de hoje, que deveria unir punição de verdade para os bandidos, mais vagas em presídios e o fim das penas leves e de medidas que facilitam a vida de criminosos, coma a audiência de custódia, as saidinhas em datas comemorativas, visitas íntimas e inúmeras outras mordomias.


“Enquanto os bandidos não notarem que as penas estão rigorosas de verdade, eles não vão parar e novos bandidos sempre irão surgir. Fora isso, toda operação só joga dinheiro fora, pois a polícia prende e logo são soltos”, continua a publicação.


Entre os comentários, leitores criticam a falta de ações integradas entre agentes de segurança e a justiça. “Tem que ter operações sim, mas elas têm que vir com um pacote de soluções. A polícia prende e são soltos logo. De que adianta? É preciso punição exemplar”, dizia um dos comentários.


Outro seguidor do perfil no Instagram argumentou o fato de a operação ter sido anunciada antes de sua realização. “Por que avisaram antes que teria a operação? Pelo que sei, muitos chefões estão na Rocinha, e lá não tem operação nem a pau, Juvenal”.


Outros no entanto buscaram justificar as ações dos agentes de segurança e a política do governador Cláudio Castro. “Se não secar o gelo, vira um iceberg”, garante um dos leitores.

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