Fiscalização zero: acidentes com patinetes e bikes elétricas disparam 702% no Rio
- Portal Notícias
- há 4 dias
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O carioca já sabe: se o veículo for elétrico e sem placa, a chance de ter fiscalização da Prefeitura é nenhuma. Resultado? Os acidentes com patinetes, ciclomotores e outros veículos de micromobilidade explodiram 702% em apenas um ano na rede municipal de saúde. Os dados são da Comissão de Segurança no Ciclismo do RJ, com base em informações obtidas via Lei de Acesso à Informação. As informações são do G1.
Em 2023 foram 274 atendimentos. Em 2024, o número saltou para 2.199 casos. E isso sem contar os acidentes com ciclistas.
A bronca não é de hoje. Já em junho do ano passado, a Câmara do Rio aprovou uma lei para regulamentar o uso desses veículos — com regras, fiscalização e punições. Mas até agora a norma segue parada no gabinete do prefeito Eduardo Paes (PSD), que precisa regulamentar a aplicação das penalidades. Spoiler: não fez.
Enquanto isso, as ciclovias viram pista de corrida, as calçadas viram pista de fuga e o carioca que se cuide. Literalmente.
Nas orlas de Copacabana e Ipanema, o cenário dos domingos virou uma prova de resistência para pedestres, idosos e crianças. Patinetes com dois passageiros, ciclomotores circulando livremente pelas ciclovias e nenhum sinal de repressão por parte da Guarda Municipal.
“Você tem que educar, mas no curto prazo não resolve. Tem que ter fiscalização”, disse o morador André Moreira. Já a carioca Lucia Romão foi direta: “Não me sinto nem um pouco segura. Falta respeito.”
A justificativa da Prefeitura é que, como ainda não há regulamentação da lei aprovada, os guardas atuam apenas com “orientações”. Enquanto isso, o carioca segue aprendendo anatomia no asfalto e os hospitais privados, como o Glória D’Or, também registram alta de 50% nos atendimentos com feridos por patinetes e afins.
E enquanto a propaganda institucional da cidade torra R$ 300 milhões por ano para vender o Rio como exemplo de mobilidade sustentável, quem anda por aqui sabe bem a realidade: fiscalização improvisada, educação para o trânsito inexistente e regras que só funcionam no PowerPoint da Prefeitura.
Para completar o combo, veículos proibidos de circular em ciclovias, como ciclomotores, seguem trafegando livremente por falta de atuação mínima da Secretaria de Ordem Pública.
A Whoosh, uma das empresas de patinetes que atuam no Rio, já bloqueou 20 mil usuários por uso irregular. Já a Prefeitura, até agora, segue bloqueada pela própria inércia.
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