Enxugando gelo
- Portal Notícias
- 29 de set. de 2023
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Governo federal e o Governo do Estado do Rio se reúnem nesta sexta (29) para definir medidas conjuntas de segurança na Maré.

Fonte: G1
Mais do mesmo se repete, como em tantas outras operações. Enquanto não tivermos leis rígidas de combate ao crime, viveremos essa eterna cortina de fumaça. Segue o baile.
Já são três décadas de trabalhos conjuntos pontuais entre as duas esferas governamentais no período após o fim da Ditadura Militar. Nesses 30 anos, as parcerias tiveram acertos e fracassos.
Eco 92
A primeira vez que forças federais atuaram na segurança do Rio após a Ditadura Militar foi em junho de 1992 durante a conferência mundial do meio ambiente, a Rio-92.
O então presidente, Fernando Collor, assinou uma GLO, garantia da lei e da ordem para enviar tropas para a capital.
Militares e tanques permaneceram em pontos estratégicos, especialmente no caminho por onde passavam as delegações estrangeiras.
A Rocinha e o Vidigal, na Zona Sul, foram ocupados.
Dois anos depois, em novembro de 1994, os militares estiveram em praticamente todos os pontos de votação pra garantir o bom andamento das eleições.
Meses antes, as eleições para deputados federais e estaduais tinham sido anuladas por fraude. Neste mesmo ano, militares ocuparam favelas, como o Borel.
No topo do morro, retiraram uma cruz supostamente instalada por uma quadrilha. e hastearam no lugar uma bandeira do Brasil. Mais tarde, se descobriu que a cruz havia sido colocada ali por religiosos.
Em 1995, o Exército foi novamente acionado. desta vez pra conter uma onda de sequestros.
Carnaval e Jogos Panamericanos
Durante o carnaval de 2003, O Exército voltou à capital. Blindados e militares dividiram as ruas com foliões.
O período foi marcado pela morte do professor de inglês Frederico Branco de Farias. Na época, a família disse que ele não viu a ordem de parar durante uma bliz e acabou fuzilado.
Em 2007, a vinda ao Rio, que seria para dar suporte aos Jogos Panamericanos, foi antecipada por causa de sequência de atos violentos.
Os soldados da Força Nacional ficaram alojados em dormitórios superlotados, sem camas nem colchões. Alguns dos locais tinham com mofo, ratos e insetos.
Em 2008, o Exército ocupou Morro da Providência, no Centro. O resultado foi uma tragédia.
Um grupo de militares deteve três jovens entre 17 e 24 anos. No lugar de prendê-los, entregou os rapazes para traficantes de uma facção rival.
Os corpos foram encontrados com dezenas de perfurações 2010 foi um ano emblemático. Com destaque para as tropas militares na ocupação dos complexos do Alemão e da Penha. A ocupação durou 2 anos.
Grandes eventos
As Forças Armadas sempre estiveram presentes também para dar segurança nos períodos eleitorais e em grandes eventos.
Como na Jornada Mundial da Juventude, em 2013 e na copa do Mundo, em 2014.
Neste mesmo ano, as Forças Armadas ocuparam o Complexo da Maré. Houve resistência por parte dos bandidos e os tiroteios não cessaram.
A ação durou 1 no e 3 meses. Vinte e sete militares ficaram feridos em confrontos. Nove pessoas morreram. Entre elas um sargento. Foi a primeira morte de um militar durante o chamado processo de “pacificação”.
Houve 674 prisões e 255 apreensões de menores.
Em 2016, ano das Olimpíadas do Rio , mais uma vez, os homens da Força Nacional se queixaram de alojamentos precários.
Em julho de 2017, o governo federal deu início à mais uma ação. E em 2018, houve a intervenção federal na segurança pública do estado. Foram quase 11 meses de forças armadas nas ruas. O combate ao roubo de cargas foi uma das prioridades. O índice caiu em 20%.
Recentemente, militares que integraram o Gabinete da Intervenção Federal (GIF) no Rio de Janeiro, em 2018, e empresários foram alvo da Operação Perfídia, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para investigar supostas fraudes na verba do programa, que custou R$ 1,2 bilhão. O general Walter Souza Braga Netto, nomeado interventor, é investigado e teve o sigilo telefônico quebrado pela Justiça.
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