Celular: agência bancária de bolso que não tem segurança
- Portal Notícias
- 24 de mar.
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Não abrir a carteira na rua e não andar com dinheiro na mão é algo que nossos avós ensinavam. O tempo passou e no lugar da carteira e do dinheiro o celular virou o principal alvo dos bandidos nos assaltos. Afinal os aplicativos de bancos e outras instituições financeiras transformaram o aparelho numa agência bancária volante, que o cidadão carrega no bolso. No país, 1 milhão de celulares foram roubados só no ano passado. A popularização do Pix contribuiu ainda mais para o uso do aparelho como agência de banco e permitiu que bandidos tenham rápido acesso às contas bancárias e cartões de crédito das vítimas, que muitas vezes são obrigadas a informar a senha na hora da abordagem, ameaçadas por armas de fogo.
As contas bancárias podem ser limpas em questões de segundos, com o saldo transferido para contas de laranjas, enquanto os cartões de crédito virtuais são utilizados para compras on-line feitas pelos vagabundos. Além do mais, fotos, mensagens e outros dados pessoais acabam nas mãos dos criminosos, que podem utilizá-los para extorquir as vítimas ou cometerem crimes contra amigos e familiares da lista de contatos. O tipo de delito se tornou tão rentável que hoje ladrões de celular são financiados pelo crime organizado, que fornece motos e armas para os assaltantes em troca da divisão dos recursos desviados através do aparelho.
Hoje o celular vale uma vida. Não são raros os casos de pessoas assassinadas por causa do aparelho. A situação chegou a tal ponto que forçou até o presidente Lula (PT) a mudar seu discurso, diante da queda vertiginosa de sua popularidade. Lula, que antes defendia a bandidagem dizendo que que o roubo de celular "era só para comprar uma cervejinha", agora fala que "não vai permitir a república do ladrão de celular". Acuado, o governo Lula diz que vai fazer campanhas publicitárias para alertar a população e até anunciou que vai enviar projeto ao Congresso para endurecer a pena por roubo de celular, no que mais parece uma propaganda enganosa.
É que em 2023, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) já havia se antecipado e apresentado naquele ano um projeto que dobra a pena máxima para quem roubar celular, de 4 para 8 anos. A proposta (PL 6.131/2023) se arrasta até hoje por causa de parlamentares que assim como o presidente, sempre defenderam a "cervejinha" dos vagabundos.
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