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Assassino de turista é menor


Caso seja capturado, o assassino da turista baiana Diely Silva, de 34 anos, não ficará atrás das grades por mais de três anos. Isto porque trata-se de um criminoso de 16 anos. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê pena máxima de até três anos para "atos infracionais" cometidos por adolescentes. É que para a Justiça, o assassinato cometido pelo menor nem é considerado crime no Brasil, mas apenas uma infração, cuja pena não pode ser maior do que uma mera medida socioeducativa em regime de internação.


Diely não resistiu nem um dia à violência no Rio, onde ficou por poucas horas: foi à praia e levou tiro a caminho de uma festa. Ela foi morta na noite de sábado (28), após pedir um carro de aplicativo e entrar por engano no Fontela, em Vargem Pequena, uma pequena comunidade da Zona Oeste do Rio que atualmente é dominada pelo Comando Vermelho. O motorista do veículo ficou ferido durante o ataque de traficantes.


A Polícia Civil realizou operação nas comunidades do Fontela e Coroado, nesta segunda-feira (30). Juntamente com um amplo trabalho de inteligência e cruzamento de dados, os agentes da DHC conseguiram identificar o adolescente de 16 anos como o autor dos disparos. O ECA também impede que seu nome e seu rosto sejam divulgados, para preservá-lo. De acordo com o Código Penal Brasileiro, jovens com menos de 18 anos são inimputáveis, ou seja, para a legislação vigente, eles são incapazes de compreender a gravidade do delito.


Durante a investigação, ficou constatado que traficantes do Comando Vermelho, que exploram a localidade, estabeleceram a norma de que os motoristas que trafegam por ali devem estar com vidros abaixados, luz interna acesa e alerta ligado. Essa ordem foi imposta com o objetivo de se protegerem de uma possível investida de traficantes de facção rival.


No dia do crime, o motorista do veículo em que Diely estava, que não é do município do Rio de Janeiro e não conhece a localidade, tentou acessar a avenida Benvindo de Novaes por meio da comunidade do Fontela. O adolescente infrator, um dos responsáveis pela segurança da comunidade, ao perceber a aproximação do automóvel com vidros fechados e sem alerta acionado, efetuou disparos contra o veículo, acertando o pescoço da turista e as costas do motorista.


Após o ação criminosa, o adolescente fugiu para o complexo da Penha, onde foi acolhido pela liderança da facção. Contra ele, já há um mandado de busca e apreensão pela prática de atos infracionais anteriores. As investigações seguem para apurar a participação de outros indivíduos.


Caso seja encontrado pela polícia, o menor estará de volta às ruas em pouco tempo para cometer novos crimes. Já os familiares e os amigos da turista, nunca mais irão vê-la.

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